domingo, 21 de setembro de 2008

Acho anos 90 - pt 1.

DISCLAIMER: Eu ouvi muito lixo nos anos 90. Isso inclui Information Society e Double You. Isso significa apenas que 1. Eu era infant 2. Nem tudo que eu ouço é bom e nem tudo que é bom eu ouço. Nessa série de posts (que não sei quantas partes vai ter) vai se limitar a falar sobre o que eu acho que me influenciou ou influenciou o mundo. Vou ignorar tudo que se perdeu no buraco negro cultural, pra onde eu acredito que vai parar, por exemplo, o U2. Mas essa teoria do U2 eu explico em outro momento. Beijos, até breve.

Acho que a minha primeira grande lembrança cultural dos anos 90 foi os Simpsons.

Passava na Globo, no fim de semana, se não me engano. Em 91, eu estava na quarta série e todos os meus amigos assistiam Simpons. Era uma chiva de camisetas, figurinhas e claro, The Simpsons Sing the Blues, com o hit Do the Bartman. Tocava em todas as festinhas.

Simpsons

Por causa dos Simpsons, veio a minha segunda grande referência dos anos 90. A família de Springfield parodiou um álbum que parecia ser um grande sucesso lá fora, com uma imagem do Bart nadando pelado atrás de uma nota de dolar.

Never Mind

Deve ter sido em 92, eu tinha 11 anos. Smells like teen spirit era definitivamente a coisa mais maldosa e pesada que eu já tinha ouvido em toda a minha vida. Eu fui uma criança criada a base de Tom Jobim e Chico, sabe. Fora isso, a minha mãe também ouvia muito Simone, Joana, Fagner, não era uma coisa "elitista". Ela gostava dos clássicos, mas também ouvia o que era sucesso no Cassino do Chacrinha. Tirando isso, eu só tinha contato com o que tocava no rádio, que em tempos de Plano Collor, ainda era muito resto do que as gravadoras tinham trazido dos anos 80.

Pra mim, Depeche Mode era o mais soturno e deprê que uma banda poderia ir. Eu tinha um Some Great Reward (tinha não... tenhoa até hoje... o mesmo) com musiquinhas alegres, mas também tinha Blasphemous Rumours. Imagina a minha cara de tacho quando ouvi Nirvana pela primeira vez...

Pra ajudar, no ano seguinte teve Hollywood Rock. Eu me reuni com o meu amiguinho Cássio pra ver a Globo transmitir uma banda superdivertida que tinha um baixista que tocava de cueca.

Flea

Aí apareceu um Kurt Kobain muito chapado mesmo. Eu NUNCA tinha visto alguém chapado de verdade em toda a minha vida. Só em filme. E em novela, se você considerar a Heleninha Roitmman.

Kurt

Poxa vida, eu tinha 12 anos e tava muito dificil de entender. Entender eu não entendi, não. Mas achei aquilo tudo muito alguma coisa. Não sei exatamente o que. Talvez agressivo, mas não exatamente. Só sei que achei muito. Não era como o Erotica, da Madonna, que eu totalmente incapaz de compreender por causa da idade. Eu sabia que era impróprio pra minha idade, mas mesmo assim aquilo falava comigo.

Voltando pra SP, (meu amiguinho Cássio morava em Rio Preto, eu estava lá com a minha mãe, de férias) fiquei com aquilo na cabeça, observando essa história do Nirvana caminhar. Aquilo tocava no rádio, cara... E não tocava pouco, não. Tocava MUITO. E vendia. Vendia no Carrefour e estava no display principal da área de CDs.

Em 93 eu ganhei meu primeiro CD Player. Daquele da Sony, que vinha compulsoriamente com um Canto da Cidade, da Daniela Mercury. Junto com o aparelho, comprei também alguns CDs, entre eles, Nevermind e In Utero, que tinha acabado de sair.

Never Mind

Acho que o Nirvana fez a minha estréia na adolescência. Acho que era isso que falava comigo naquele som, mas eu ainda não entendia. Era angústia adolescente. Em grande estilo, né?

No ano seguinte, em 94, o Brasil conhecia o Plano Real, voltava a saber o que era ganhar uma Copa do Mundo (a primeira que tenho lembranças de verdade) e estava sendo assolado pela primeira onda do pagode romântico. Era uma época de Negritude Júnior com roupas brilhantes, Alexandre Pires de bigodinho e casaco de pelúcia com estampa de dálmata (pimp style) e Art Popular vestido de Ku Klux Klan (oi?) fazendo pirotecnia nos palcos da periferia de SP. Isso foi antes dos personal stylists e dos Armani dominarem essa galera... Era engraçado, vai?

Mas voltamos ao que interessa. 94 foi o ano que chegou a MTV na minha casa. Junto com ela, veio o Beck.

Na 7a série eu tinha amiga chamada Fernanda e ela adorava o Beck.

Beck

Você lembra da cara do Beck em 94?

Ele parecia com todos os meninos da minha escola. Só era mais branquelo. De resto, era a mesma coisa. A mesma roupa, o mesmo cabelo, a mesma magriça.

Eu achava o Beck muito doido, mas ele era comum. Poderia estudar comigo. Essa altura do campeonato ele tinha uns 20 e poucos, mas parecia ter 15, vai?

Aquela música (Loser) era a coisa mais não convencional que eu já tinha ouvido:

Tinha uma viola country.
Tinha uns sons que pareciam as músicas que tocavam nas lojas que as minhas amigas compravam aquelas porras daquelas saias indianas.
Tinha um branco fazendo rap. O último branco fazendo rap que eu tinha lembrança era o Vanilla Ice, sabe... Sem contar que eu me amarrava na caixa viajante do clipe.

(PAUSA EXPLICATIVA: Pra mim, os Beastie Boys são pós-Beck, porque foi nesse mesmo ano que eu vi o clipe de Sabotage e, só então, fui descobrir que por trás de No Sleep Til Brooklyn tinham uns branquelos...)



Em 95 veio a onda Indie Brazuca, mas essa história eu vou deixar pra contar depois...

3 comentários:

Anônimo disse...

Porque que tu acha Information Society ruim?

Srta.T disse...

Porque que tu acha Information Society ruim? [2]

Miss Celânea disse...

nao é que é ruim.. mas não é aquela coisa conceitual e breakthrough sabe...