DISCLAIMER: Eu ouvi muito lixo nos anos 90. Isso inclui Information Society e Double You. Isso significa apenas que 1. Eu era infant 2. Nem tudo que eu ouço é bom e nem tudo que é bom eu ouço. Nessa série de posts (que não sei quantas partes vai ter) vai se limitar a falar sobre o que eu acho que me influenciou ou influenciou o mundo. Vou ignorar tudo que se perdeu no buraco negro cultural, pra onde eu acredito que vai parar, por exemplo, o U2. Mas essa teoria do U2 eu explico em outro momento. Beijos, até breve.
A segunda metade dos anos noventa começou animada para nós, aqui, nessa terra tropical.
95 e 96 foram anos que marcaram a carreira de bandas como Raimundos, pra citar os mais pesados, e Pato Fu, pra falar dos mais fofinhos. Junto com eles, zilhões de bandas de Minas, do Sul, de Brasilia e, mais especialmente, do Recife ganharam fama intergalática (segundo a minha visão adolescentística da época).
Com a ajuda da MTV, de algumas rádios universitárias e de selos independentes como Banguela, Chaos, Cogumelo e Excelente Discos, pela primeira vez eu ouvi roque nacional da minha época. Foi uma experiência bem bacana. Acho que foi ainda mais legal por ver tanta gente de tanto lugar e parar de ver a cultura ´jovem´ do Brasil como uma produto Rio-SP.
Nessa época eu conheci o Weezer, pelo até hoje maravilhoso clipe de Buddy Holly. Eu pirava no Rivers Cuomo de suéter minha gente. (Pirava?)
Conheci também o Cardigans, pelo blockbuster LeonardoDiCapriano Romeo+Juliet. Claro que Titanic fez muito mais sucesso, mas tenho pra mim que quem lançou Leo no mundo das fantasias adolescentes foi esse romance batido. Digo, lançou Leo no mundo das fantasias das outras teens, porque no meu, ele chegou por Basketball Diaries.
Tudo ia muito bem para a música brasileira quando surgiram os Mamonas Assasinas. Mamonas foi um negócio muito incrível. Teve o poder de não somente ofuscar o que estava acontecendo como de simplesmente apagar tudo o que já tinha sido feito.
Eu jamais tinha percebido isso, até 2004, quando um dos produtores do show do Nada Surf (outra banda indie responsável pela boa música dos anos 90) comentou isso comigo. E hoje eu acho que ele tem toda a razão.
Realmente não me lembro de nada mais muito relevante daquilo que tava rolando... O Raimundos prevaleceu porque achou um jeito de se ´mamonizar´ sem perder muuuuuito a identidade. O Pato Fu, também deu uma ´semi-mamonizada´ logo depois disso, depois se recolheu e continua até hoje como uma grande banda pequena...
Para a sorte dos gringos, algumas dessas bandas que se destacaram nessa segunda metade dos anos 90 conseguiram se consolidar.. Weezer, Cardigans, Nada Surf. Estão todos aí, com seus altos e baixos, mas prevalecendo com dignidade suficiente.
Nos anos que se seguiram, eu vi os acontecimentos muito de longe... Eu tinha chegado na melhor parte da adolescência, vesti meu salva-vidas e fui viver isso como se deve... Passei alguns anos me importanto somente com os "babados e confusões" que tinha direito, com a minha "turminha louca" que estava a fim a penas de "aprontarmuitas confusões"...
Clichês de Sessão da Tarde a parte, eu tive uma adolescência de primeira e nas coisas que eu não tenho no meu currículo é a atividade de indie deprimido que fica no quarto ouvindo chororô de banda underground dos anos 90. Pronto, falei!
Mas enfim... Eu acabei deixando até bandinhas que eu gostava de lado, como meus guilty pleasures, porque meus amigos meninos eram metaleiros e minhas amigas meninas gostavam das 10 mais da Jovem Pan.
Os anos 90 acabaram pra mim em Porto Seguro, dançando a dança da manivela, regada a muito álcool vendido para menores de idade.
É a vida, né?
Mas com o fim dos anos 90, vieram os provedores de acesso discado a internet, as madrugadas de IRC e a MP3, que nesse momento voltaram a viabilizar o consumo da música, afinal, o CD agora custava o dobro ou mais que isso.
A essa altura, pra mim também chegou a carteira de motorista, o trabalho, a facul a noite e o noivo... Isso acabou minizando o efeito internet na minha vida cultural.
Só mesmo em meados de 2002 consegui fazer o uso correto das possibilidades que se apresentavam.
Mas o assunto aqui é a década anterior, certo? Depois eu volto pra falar dos filmes, então.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário