Acho que a arte egípcia também era exclusivamente dedicada aos mortos (alguém me corrija se eu estiver errada), virando uma grande referência na arte funerária. Mas isso não era uma coisa macabra e tal porque os egípcios acreditavam que a vida continuava depois da morte, então, era só uma passagem super importante e tal, mas nada triste (pelo contrário).
Como o faraó era santo, uma ligação entre o povo e deus, quando chegava a hora dele fazer a “passagem”, tinha que ser em grande estilo: as pirâmides.
A primeira pirâmide realmente grande foi a do faraó Zoser, contruída por um caboclo chamado Inhotep, que foi até “canonizado” depois de morrer, como reconhecimento pela sua obra. Ele foi o primeira arquiteto a arriscar usar quase que somente pedras em uma obra.
Esse túmulo era em forma de “mastaba”, que era uma tumba que tinha uma base retangular e, em cima, a parte aonde efetivamente ia morto, em forma de trapézio. Depois de fazer a primeira, eles iam fazendo outras “mastabas”, uma em cima da outra, sempre menor do que a que tinha embaixo. Essa estrutura ia fazendo degraus e formando uma pirâmide.
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Depois dessa, vieram as outras, inclusive as pirâmides símbolo Quéops, Quefren e Miquerinos, que foram construídas para representar o encontro do homem com deus. Teoricamente, a pontinha do triângulo representa o lugar até onde deus desce pra chegar aos homens e até onde os homens devem subir para se encontrar com deus (ou seriam deuses?).
No começo dos anos 20, no Vale dos Reis, foram encontradas as ruínas do que deve ser o maior tesouro arqueológico do Egito: o túmulo de Tutacamom. Entre os outros mais de 50 descobertos por lá, esse foi o único que ainda estava intacto. Os outros tinham sido “hackeadas” por ladrões de túmulos.
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Todos esses tronos, tumbas, carruagens, objetos de uso dos faraós e todo tipo de arte feito direto nas paredes e portas das pirâmides era feita por artesãos anônimos. Não era permitido ficar famoso fazendo arte. Era um ofício como outro qualquer: você era designado para isso, as regras religiosas do ofício eram ensinadas e não era permitido imprimir o seu “estilo” na obra. As cores, por exemplo, eram pré-definidas e a água era sempre representada em azul com um zigue-zague preto. Os homens eram sempre marrons e as mulheres eram amarelas e as estátuas deviam somente representar a presença perpétua de uma pessoa ou de um deus.
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Na pintura, a cabeça, as pernas e os pés tinham que ser colocados de perfil e o corpo, sempre de frente. Isso obrigava o artista a fazer aquele pescocinho que deu origem a expressão “fazendo a egípcia”, que nós tanto amamos. Outra (des)regra era desprezar profundidade, perspectiva e proporção: Os personagens mais importantes eram maiores e pronto!
Isso tudo recebeu o nome bonito de "lei da frontalidade" e reinou por quase todo esse período da arte.
Esse post é em homenagem a professora Rita, da sétima série, que me ensinou essas coisas aí.
PS1: Aceito correções. Meus conhecimentos sobre o assunto são módicos e eu não tenho exatamente muito tempo ou disposição de fazer pesquisas. Esse blog é só de brincadeira, não pretendo e nem poderia ensinar nada a ninguém.
PS2: As imagens são meramente ilustrativas. A mastaba nao é a do faraó Zoser, o trono nao é de Tutacamom e a figura "fazendo a egípcia" eu achei no Google Images.
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